“E quando Jesus chegou àquele lugar,
olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque hoje me
convém pousar em tua casa” (Lucas 19:5).
As crianças amam a história de Zaqueu. Elas se
identificam imediatamente com o homem baixinho, que não conseguia enxergar
Jesus no meio da multidão e, por isso, teve a ideia de subir em uma árvore para
ter uma visão melhor do que estava acontecendo. Uma das músicas preferidas dos
pequeninos fala exatamente daquela cena que a narrativa bíblica perpetuou:
“Zaqueu era
baixinho, bem pequenininho.Um dia na árvore ele subiu, procurando ver Jesus.
Jesus ia
passando e disse: Zaqueu! Desce depressa! Eu vou jantar contigo! Eu vou jantar
contigo!”
É legal ser notado quando nos sentimos pequenos e
insignificantes no meio dos outros. Eu imagino a felicidade de Zaqueu naquele
dia tão especial!
Eu era extremamente tímida aos onze anos e, por isso
mesmo, quase nunca conseguia ser escolhida para fazer algo importante. Lembro-me
de uma professora que odiava escrever no quadro negro e sempre pedia que alguém
passasse a lição para os alunos. Assim que ela entrava na sala, as meninas mais
extrovertidas ficavam histéricas e se acotovelavam, cada uma querendo ser
escolhida para aquela tarefa glamourosa. Mas eu ficava no meu cantinho, sem
coragem de entrar na disputa.
Um dia, assim que ela chegou, eu fiz uma oração
silenciosa: “Senhor, queria tanto
escrever no quadro! Queria mostrar que eu também sou capaz de passar a lição
para meus colegas!”
Imediatamente depois que orei, a professora percorreu
toda a sala com um olhar e disse:“Hoje
eu vou chamar alguém que nunca veio...” Sua cabeça fez um movimento de travelling, parou na direção
onde eu estava, deu um zoom até a minha
carteira e um close-up no meu rosto que começou a avermelhar: “Você, venha!”
A primeira oração que eu me lembro de ter feito na vida
foi respondida instantaneamente. Naquele momento, senti uma alegria parecida com a que
Zaqueu deve ter sentido quando foi escolhido para ser o anfitrião do Mestre. Quando Jesus percebeu que precisava de um
lugar para descansar, olhou para o
homenzinho no alto daquela árvore e ficou comovido com o esforço que ele havia
feito para vê-lo.
Zaqueu deve ter olhado para os lados, apontado
o dedo para si mesmo e feito aquela pergunta que todos imaginamos: “Quem? Eu?”
“Sim, você!” – Cristo deve ter respondido. O
Senhor conhecia perfeitamente aquele cobrador de impostos ambicioso, que
gostava de levar vantagem sobre as pessoas mais pobres. Mas sabia também que
poderia transformar seu coração para que se tornasse uma nova criatura.
Algum tempo depois, já pertinho do Senhor, o cobrador de
impostos apresentou o seu novo projeto de vida listando as coisas que não iria
mais fazer:
“Eis aqui, Senhor,
dou aos pobres metade dos meus bens; e se em alguma coisa tenho defraudado
alguém, eu lho restituo quadruplicado” (Lucas 19:8).
Se você deseja andar com Jesus, precisa fazer uma lista parecida com a daquele baixinho...
Vá listando todas as coisas que só você e Deus sabem. Depois da confissão vem o perdão, o alívio, a paz e a alegria da comunhão com o Mestre.
"Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então, e argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã" (Isaías 1:16-18).