"Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também" (João 14:2-3)
Como todas as outras Lydias, eu estive orando pela cura da nossa querida líder Rosy. Hoje, quando recebi a notícia de que ela partiu, eu fiquei muda diante do Senhor. Não havia o que dizer. Não havia o que pensar. Não havia o que escrever. Havia apenas aquele sentimento estranho de quem não contesta a vontade divina.
Enquanto eu estava calada diante do Todo-poderoso, sem querer, meu pensamento fugiu para a minha infância distante. Naquele tempo, não havia computadores, celulares, games ou canais infantis de TV por assinatura. Mas havia aquela hora maravilhosa, pouco antes do pôr do sol, quando todas as crianças se encontravam para uma algazarra feliz, entoando cantigas de roda.
A alegria da garotada só era interrompida no momento em que, de vez em quando, uma das mães colocava a cabeça do lado de fora do portão e dava um berro para recolher sua cria: "Menina, sai do sereno! Menino, vem para dentro que o sereno faz mal!"
Uma a uma, todas as crianças eram chamadas para dentro de casa por causa daquele tal de sereno que somente os adultos eram capazes de ver e sentir, mas que estava ali para nos adoecer e interromper a diversão.
A vida é uma brincadeira animada que ninguém quer interromper. Mas nós sabemos que, mais cedo ou mais tarde, cada um de nós terá que sair do sereno. A boa notícia é que, depois do chamado do Pai, para aqueles que o servem, há o conforto de um lar feliz, com vestes limpas, comida quentinha, cama confortável e lindas canções de ninar. E a Rosy agora sabe disso.
Ela saiu mais cedo do sereno. Mas agora está em casa com Jesus, protegida, amada, confortável e feliz.
"[...] bendito seja o nome do SENHOR" (Jó 1.21).