Quando eu era criança, o-di-a-va o meu nome. Iolanda era antigo demais, grande demais, e as pessoas às vezes me chamavam de ioiô, que era um apelido ridículo. Além disso, eu nunca encontrava outra pessoa que também o tivesse, fato que me transformava na primeira e única Iolanda que eu conhecia.
Certa vez, quando fui passar uns dias na casa de uma irmã casada, resolvi que também tiraria férias do meu nome e adotaria outro. Assim, durante todos aqueles dias, eu disse às garotinhas da rua que eu me chamava Ana Marisa - que, aliás, era o nome da minha professora.
Brinquei feliz durante muito tempo com aquele nome, mas os meus dias de Ana Marisa terminaram de uma forma brusca, numa bela manhã. As meninas resolveram aparecer todas juntas na porta da casa onde eu estava hospedada para que eu também participasse de uma brincadeira. Eu senti um frio no estômago quando elas chamaram: Ana Marisa! Ana Marisa!
Eu fui correndo para fora, pois eu estaria frita, assada e cozida se minha irmã mais velha descobrisse aquela mentira sobre o meu nome. Então resolvi confessar depressa a verdade para minhas amiguinhas e, assim, ficar livre de um castigo maior ainda em casa. Eu só não imaginava que minhas amigas fossem ficar tão magoadas comigo.
Nunca me esqueci da expressão de desânimo daquelas crianças quando me disseram: "Você mentiu para a gente!" Aquela sensação de ter feito algo errado começou a doer dentro de mim. Mais tarde, aprendi que aquilo se chamava remorso...
Infelizmente, naquele tempo, eu ainda não sabia nada sobre o fato de que Jesus Cristo perdoa pecados e fiquei me sentindo um verme.
Hoje sei que basta apenas admitir minhas falhas diante do Senhor, pedir o Seu perdão e deixar que o sangue derramado na cruz me torne mais alva do que a neve.
(I. Ribeiro)
"Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1João 1.8,9)